terça-feira, 31 de outubro de 2017

Sobre livros que inspiram

Estou lendo um livro sobre a Ronda Rousey e estou FASCINADA. Não cheguei nem em 25% da leitura ainda e cada capítulo me inspiro um pouco na luta de uma mulher, num caminho desconhecido para o gênero para mostrar que SIM, é possível buscar seus sonhos.

Eu sei que ela teve uma grande derrota atualmente, e sei que vão valorizar mais esse detalhe nos tempos atuais que outros. Mas não há o que negar: se não fosse ela, as próprias concorrentes não teriam tido espaço para se desenvolver e abrir os caminhos que estão percorrendo agora. Enfim, estou no momento super fã essa semana.

E algo que me chamou atenção é que ela fala de todas as suas lutas: daquela de quem quer acordar mais tarde e precisa treinar, da luta entre conciliar a vida e seus sonhos, a luta diária de se fazer profissional e mulher. Ou seja, ela evidenciou que toda batalha é válida. E cada um tem a sua própria batalha pessoal - pequena ou grande, mas todas de valor para quem a tem!

Na minha vida, eu comprei uma batalha em fevereiro de 2015 - após minha cirurgia para retirada da tireoide, estava tentando voltar aos treinos de golfe e cricket e ouvi um senhor falar: "Roberta, você nunca mais vai ser a mesma de antes. Você teve Câncer e seu corpo não é mais o mesmo."

Caramba!

Como assim? Será que eu nunca mas vou conseguir ser atleta? Será que minha vida vai mudar e vou ser aquela pessoa na mesa do escritório indo à praça no fim de semana? Será que vou trocar minha rotina louca por uma rotina previsível? E o futuro? E agora? Eu não tinha nem 30 anos ainda. Tanta coisa que eu queria alcançar e conseguir. Não é possível que eu iria ter que abandonar esses sonhos agora. Me vi chocada! Por alguns dias...

Mas sou Moretti e a teimosia bateu! Eu me prometi que iria mostrar que sim, era possível voltar a vida que tinha antes e eu iria mostrar.

Foram meses de batalhas diárias. Treinos com dores, cansaço interminável, dificuldade de performance, concentração, memória. Cada dia com objetivos atingidos pareciam uma guerra inteira vencida. Esses dias bons passaram a acontecer uma vez à semana, depois 2, depois 3... 

No meio do caminho, surgiu o Studio Ação, que se ofereceu para ajudar na parte física. Alguns meses depois, recebi ajuda na parte nutricional. E em poucos meses o meu corpo voltou à normalidade, os treinos voltaram a ser como antes e a cabeça voltou a acreditar. Voltei às competições de golfe e cricket ainda em 2015, consegui conquistas lindas e hoje estou no meu melhor momento físico e profissional.

A batalha AINDA é diária. Há períodos que as dores voltam, o controle hormonal tem que ser constante, o psicológico às vezes se abate, que não dá vontade de ir treinar. Mas a cada baque, eu quero ser mais forte. Quero dar uma volta ainda maior por cima e olho praquele dia que "eu nunca seria a mesma de antes", bato no peito e digo: NÃO MESMO.

Eu hoje sou melhor que era antes de 2015! E quero ser melhor a cada dia. 
A cada treino. A cada competição. 
Quero ser melhor a cada tombo. A cada decepção. A cada momento de fraqueza.

A luta é agora. É vencer barreiras e dizer: eu posso sim! 

Todas nós podemos, todos os dias!

O primeiro passo para conseguir o que você quer pode ser o próximo.

Acredite. Agora!






  

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Sobre um Sul Americano


Essa é a imagem que tenho na minha cabeça do campeonato.

Há cerca de três meses tivemos algumas mudanças na Seleção. Perdemos nossa capitã, perdemos nossa rebatedora de abertura e perdemos nosso coach. Tudo junto. Em uma só mensagem.

Eu, que já estava a mil no organização da viagem do Sul Americano, levei alguns momentos pra me recompor. Eu sabia que um dia eu teria que tomar essa decisão com o cricket - mas nunca imaginava que seria agora. 

Respirei e me coloquei a disposição para ser Capitã da equipe e estruturar o time para o Campeonato. E junto comigo, foi indicada e mais que aceita, outra parceira de equipe, Ana!

E foram três meses de noites dormidas pela metade, stress, planilhas, números e determinação. Eu já tenho uma rotina acelerada somente com o meu trabalho, família e treinamentos - de golfe e cricket - então, adicionar as atribuições da capitania da Seleção foi algo que levou minha ansiedade e tensão a mil. Me fez pensar: o que eu posso fazer em três meses que fará o time dar e ser o seu melhor? Como eu posso melhorar esse time?

Junto com a Ana, fizemos um plano. E seria jogar com Respeito, jogar com Garra e jogarmos Unidas! Que mesmo com todas as dificuldades que todas as jogadoras estavam passando, íamos dar o nosso melhor e lutarmos!

E o campeonato foi assim! Foi como essa foto. Foi de garra, foi de trazer o melhor de cada uma, foi de dar 1% a mais daquilo que costumamos dar. 

Vi jogadoras tímidas serem mulheres de peito no jogo. Vi meninas se tornarem muralhas no fielding. Vi arremessos que jogadoras experientes não batiam. Vi rebatidas em quem não confiava e vi confiança ser dividida por quem não acreditava mais.

Chorei, gritei, me emocionei.

Foi de crescer a cada dia e chegar como o melhor time que podíamos ser na final! 

E chegamos. Perdemos a final em detalhes. Lutamos até a última bola.

Saímos aplaudidas de pé por todos que assistiam. 

E disse para minha equipe e repito: se não estamos no cricket por esses momentos, não sei porque estamos aqui.

Obrigada, Seleção Brasileira de Cricket Feminino 2017!
Somos Vice Campeãs com gosto de quero mais.

Que venha Bogotá 2018!