Na sexta, tive muita dificuldade. Bati mal, errei putters, e o fantasma shank estava de volta! Mais de 5 shanks no jogo. Fui para o driving range e pedi uma aula com meu parceiro de golfe, Eder Cisternas - eu tinha na cabeça que não podia de forma alguma ir pra campo daquele jeito! Não poderia me frustar DE NOVO! E depois de mais de 50 bolinhas de aula, eu tinha cerca de 30 shanks e muito cansaço. Parecia um pesadelo.
Decidi que não iria perder o sono - fingi que esse dia não havia acontecido, dormi e acordei pensando que era um novo jogo, com mais concentração e precisaria fazer algo que nunca tinha feito em jogos: jogar com apenas meio swing nos próximos 36 buracos. Essa era a única forma de evitar o overswing e a entrada de quadris que estava me prejudicando...
Com muita conversa com meu super caddie, foco e bastante paciência, consegui rodar sem shanks e com uma boa batida no sábado!! Estava me sentindo bem - apesar dos putters estarem bem instáveis, o contato na bola estava como eu gosto e até um pouco de draw voltou.
E agora precisava superar o trauma do segundo dia!! Depois de dois Abertos esse ano com liderança no sábado e fracassos imensos no domingo, eu precisava de auto controle e concentração para manter a batida. Estava tudo bem até o buraco 9, quando errei o driver e o híbrido com dois shanks. Minha cabeça estava a milhão por hora - eu não podia deixar que isso acontecesse novamente. Buraco 10 tive outro contratempo e acabei relaxando no putter e ficando 2 tacadas atrás da líder.
Meu caddie me chamou atenção e com isso a ficha caiu! Eu ainda tinha 8 buracos, estava batendo bem e o putter ia entrar... e se fosse pra ser meu dia, o jogo iria mostrar isso! Eu não precisava surtar antes de acabar os 36 buracos!E era meu dia - estava com as duas tacadas atrás da líder e fechei com par, par, par para acabar com 2 na frente, embocando um putter de 3 metros que havia me assombrado o torneio inteiro.
A felicidade não cabia dentro de mim, eu queria correr, tremia, queria pular de felicidade: eu tinha conseguido vencer os meus demônios do segundo dia! Me controlei até o 36° buraco e isso não tinha preço. Ainda vejo o último putter entrar e o grito de "VAI" que mais parecia um grito oprimido depois de bater na trave na categoria scratch em tantos outros torneios e depois de quase 3 anos, conseguir levar a taça.
Escrevo sorrindo! Ainda estou muito feliz. Não seria nada sem tanto apoio que tive das minhas pessoas próximas (principalmente do meu supper caddie) e muita fé - sem contar que jogar entre as meninas que joguei é uma energia maravilhosa (na derrota e na vitória) e isso faz do esporte um prazer imensurável na nossa vida.
E no final, é só um jogo!
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Roberta Moretti Avery com Prefeito de Avaré |
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