Logo após o término do Aberto do SPGC, voltei à Poços para a 2° Etapa do Campeonato Brasileiro Feminino de Cricket. Estava muito animada, pois adoro as meninas de Brasília - que são nossas adversárias - temos uma sintonia legal e tenho um respeito ainda maior por todas elas desde que viajamos para o Peru juntas como Seleção Brasileira.
Eu sou muito competitiva no golfe e no cricket - tenho raça, determinação e vontade. Entro para ganhar, mesmo sabendo que não sou a jogadora/time mais forte. Não abaixo a cabeça até o final e como capitã da equipe do cricket Poços de Caldas, tenho que ter energia para contagiar minhas atletas com determinação, foco e raça.
Mas acima de tudo isso, há um princípio em mim muito forte e prevalecente: o Respeito! Eu vou até onde acho que o respeito permite e faço até onde eu acho que seria justo se fizessem comigo.
Entrei no cricket para aprender a viver nos esportes coletivos novamente. No golfe, o jogo é entre você e o campo, você julga seu jogo e analisa suas penalidades e azares e isso é extremamente auto crítico. Já tive penalidades que foram auto aplicadas mesmo que nenhum competidor tenha visto e pratico o esporte para ser uma melhor jogadora e ainda mais MELHOR PESSOA. O cricket é diferente: a pressão é explícita e as penalidades são impostas pelo umpire, quer você aceite ou não. O jogo é individual, mas você depende do seu time - e eu acho essa combinação fascinante.
Tivemos dois jogos no sábado, mas nossa equipe não teve conexão no primeiro e perdemos. No segundo, tudo deu certo e conseguimos uma vitória - fomos para a final no domingo com chance de sermos campeãs. Essa vitória foi muito boa para nossa equipe, que desde março sofre com comentários sobre problemas que houveram na primeira etapa, onde muitos acham que foi injusta. Eu tenho minha opinião própria sobre isso e respeito quem tenha uma divergente. Porém, nossa auto estima ficou mais forte com esse jogo por sabermos que conseguimos ganhar de uma equipe mais experiente.
Na final, o jogo foi tenso. As meninas de BSB rebateram bem e tínhamos que superar nosso recorde para acompanhar o resultado. Entrei no jogo focada e sabia que não poderia ser eliminada! Não teria outra chance.
Em um lance apertado, onde buscamos um ponto com pouca margem de erro, corri para o wicket e vi que estava muito justo e saltei para a linha. Na queda, vi que havia acertado a bowler de BSB. Primeira coisa que fiz foi perguntar se ela estava bem, com nós duas ainda no chão. Estava meio atordoada, meus pads viraram, tirei a luva, consertei os pads, demorei além do normal para me recompor - pedi desculpas (detesto atrasar o jogo) e continuei.
Logo depois disso, vi que o jogo estava muito tenso. Mesmo nos overs finais, quando nossa chance de ganhar era mínima, tudo ainda estava muito tenso. Achei que fosse pela concentração de final de campeonato, ou por alguns erros que afetaram o jogo. Mas algumas horas mais tarde descobri que não - o jogo estava tenso pois algumas atletas acharam que meu lance de contato com a bowler havia sido proposital.
Eu fiquei chocada. Durante toda a preparação do campeonato, das minhas meninas, durante o jogo, tudo que disse para minha equipe foi: pratiquem o respeito. Não tivemos gritos de guerra sugeridos que faltaram com educação, sempre que alguma atleta menos experiente u mais energizada tentava criar (ou ver) intriga nós mostrávamos como isso não era a prática da equipe, impus como regra que podíamos ter raça, podíamos gritar nossos corações para fora, podíamos lutar até nosso último minuto, mas isso somente seria válido se o respeito fosse imperativo.
Quem convive comigo sabe que isso é algo do meu dia a dia. Não sou perfeita, tenho meus piques de stress, falo mais do que às vezes quero por impulsividade - mas o respeito e algo está no topo da minha lista. E pensar que pessoas que convivem/conviveram comigo possam pensar que eu seria capaz de tal ato, partiu meus sentimentos e me deixou arrasada com o fim de semana.
Estamos sujeitos à criticas sempre. E eu levo críticas muito à sério porque é mais fácil crescer com elas do que com elogios. Mas esse sentimento que tive ontem fugiu do meu controle de emoções - desabei. Foi muito triste ver essa descrença nos meus princípios. Quem me conhece, sabe que o que aconteceu foi um acidente que infelizmente machucou uma atleta.
Triste. Passa, mas machuca.
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Virando os números
Essa semana participei do tradicionalíssimo Aberto do São Paulo Golf Club, um dos campos mais lindos do Brasil e casa de grandes jogadores! Super organização, pessoas maravilhosas e muitas jogadoras - um evento para prestigiar sempre.
Torneios no meio da semana são um pouco complicados para mim ainda em performance - a mente fica um pouco ligada no trabalho, não consegui chegar antes para treinar e joguei o campo pela primeira vez já no campeonato!
Mas foi delicioso - o campo é realmente perfeito, técnico, greens rápidos e com oportunidades de birdes e triples - como o dia estava mais para triples, joguei um mero 87 - fiz 3 triples e não emboquei os birdies - a batida não estava muito ruim, mas fiz escolhas erradas de tacos e confesso que li mal os fairways. Mas apesar de tudo, tentei lembrar somente do pouco que tinha dado certo.
Comecei mal no driving range no segundo dia - alguns shanks e muitas tacadas pesadas. Então já sabia que teria que focar além do normal para jogar bem e manter o swing limpo. Nas últimas semanas, acertei um pouquinho o back swing e parei de ter um fade que estava comigo há alguns meses e voltei a ter draw (o que eu acho muito melhor para o meu jogo) e isso ainda faz que eu tenha uma variação ampla entre tacadas - variação quase nunca desejada!
Foquei e abri o jogo com um birdie, mas já em seguida tive que caprichar para fazer um double. Notei que o jogo seria de emoções e se perdesse o foco, o campo iria me penalizar. Segui com pares, fiz mais um birdie e pela primeira vez na vida rodei 36 em 9 buracos em um Campeonato. Não acreditava - o jogo continuou e pequei mais duas vezes nos putters e outros dois doubles - no fim acabei com 78, 3 doubles, 2 birdies e 2 bogeys. Li melhor o campo, evitamos áreas de risco e isso tinha compensado! Rendeu o Vice-Scratch e 1° no Handicap Index.
Esse ano tem sido muito bom para o meu jogo e minha maturidade em campo - foi o ano da primeira vez que ganhei um Torneio Scratch, primeira vez que rodei abaixo de 80 nos dois dias, primeira volta de 36! E isso me anima muito. Sei que o golfe tem seus altos e baixos e em questão de dias (às vezes BURACOS) o jogo pode mudar bastante, Então o objetivo para o resto de 2014 e 2015 é: MANTER O FOCO! Não importa o campo, o dia, os parceiros mas foco é fundamental - são até 5 horas de jogo e perder a concentração é muito fácil num período extenso de tempo, mas se conseguir manter a cabeça no lugar certo, facilita o jogo e os scores tem mais chances de vir.
Estou feliz! É só um jogo, mas faz um bem danado ;)
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Foco no jogo mental
Esse fim de semana participei do lindo 10° Torneio Aberto do Broa Golf Resort - Taça Fernando de Arruda Botelho, que é sempre um grande evento do interior paulista. Jogo esse torneio desde 2011, quando ainda tínhamos poucos jogadores - hoje, a lista de espera é enorme e o fim de semana é sempre uma grande festa em um dos melhores campos de golfe do país.
Treinei sexta, com uma boa batida mas dificuldades nos approachs e putters - que é ainda um ponto a melhorar bastante no meu jogo. Estou mudando meu toque de putter para ter mais fluência e menos impacto brusco então ainda vario bastante nesse quesito.
Sábado tive uma ótima primeira volta e um grande soluço no início da segunda - dois greens de três putters e um triple nos primeiros 3 buracos. Tenso! Precisava focar e voltar ao jogo que estava para manter qualquer chance no Campeonato - meu primo e caddie, Tavinho, me ajudou muito a manter o foco e conseguimos: fizemos 5 pares seguidos e com uma pequena turbulência acabamos com um double - uma volta inicial de 81, empatados com a Barata - grande jogadora! Ainda precisava melhorar os putters e approachs de 40-50 jardas que estavam prejudicando chances de birdie em alguns buracos onde meus drivers estavam dando essa oportunidade.
Jogar domingo dividindo a liderança ainda é uma sensação nervosa para mim. Meu foco era fazer cada swing bem! Nada mais - jogar com calma e ter um bom toque no putter - uma hora eles iriam cair! Comecei a volta muito bem e cheguei a abrir 4 tacadas de vantagem, mas eu sei que isso, aos primeiros 9 buracos, ainda é pouco. E foram mesmo. Vi minha vantagem ir água abaixo em 4 buracos e acabei a primeira volta ainda empatada - e o sol queimando!!!
No intervalo entre voltas, esperamos um pouquinho. Pensei em todos os torneios em que eu estava confiante e sumi na última volta! Pensei em como o jogo mental era minha chave agora e não podia enfraquecer - o calor estava fortíssimo e estava um pouco cansada - aumentei na nutrição, na hidratação e insisti: não vou enfraquecer. Não posso, não quero!
Mantive a mesma estratégia: fazer um bom swing e manter o toque de putter. Com isso, emboquei um lindo birdie no 10, de longe! Me senti bem, mais aliviada - retomara uma tacada de vantagem, mas essa tacada sumiu no 12. Estava batendo bem e no 13 outro putter de bastante importância veio e fechei o par. Porém no 14 errei um putter mínimo e não consegui abrir mais uma.
Os próximos buracos foram de muitos erros e importantes acertos. Mas uma coisa mudou: eu estava melhor mentalmente. Mesmo com os erros no 15, o cross bunker no 16, o quase lago no 17, eu estava com a mente clara e isso ajudou a manter o swing em boa forma.
Cheguei no 18 com duas tacadas de vantagem e o último putter caiu como um grito de alívio depois de 36 buracos tensos, com uma baita jogadora atrás e pressão interna e externa no jogo. Tinha acabado e meu corpo cedeu ao stress - tremia de felicidade!!
Esse ano tem sido uma reviravolta para o meu golfe. E o foco é melhorar o swing, melhorar o jogo mental e estar bem fisicamente! Não importa o campo, o dia da semana, o adversário, nem mesmo importa o clima - tenho que focar na mentalidade correta! E dentre vários fatores, com certeza isso me ajudou nesse fim de semana.
E saber que nosso trabalho está no caminho certo é bom demais... :)
Treinei sexta, com uma boa batida mas dificuldades nos approachs e putters - que é ainda um ponto a melhorar bastante no meu jogo. Estou mudando meu toque de putter para ter mais fluência e menos impacto brusco então ainda vario bastante nesse quesito.
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Broa Golf Resort - Buraco 6 - Foto por Ricardo Fonseca e Thais Pastor |
Sábado tive uma ótima primeira volta e um grande soluço no início da segunda - dois greens de três putters e um triple nos primeiros 3 buracos. Tenso! Precisava focar e voltar ao jogo que estava para manter qualquer chance no Campeonato - meu primo e caddie, Tavinho, me ajudou muito a manter o foco e conseguimos: fizemos 5 pares seguidos e com uma pequena turbulência acabamos com um double - uma volta inicial de 81, empatados com a Barata - grande jogadora! Ainda precisava melhorar os putters e approachs de 40-50 jardas que estavam prejudicando chances de birdie em alguns buracos onde meus drivers estavam dando essa oportunidade.
Jogar domingo dividindo a liderança ainda é uma sensação nervosa para mim. Meu foco era fazer cada swing bem! Nada mais - jogar com calma e ter um bom toque no putter - uma hora eles iriam cair! Comecei a volta muito bem e cheguei a abrir 4 tacadas de vantagem, mas eu sei que isso, aos primeiros 9 buracos, ainda é pouco. E foram mesmo. Vi minha vantagem ir água abaixo em 4 buracos e acabei a primeira volta ainda empatada - e o sol queimando!!!
No intervalo entre voltas, esperamos um pouquinho. Pensei em todos os torneios em que eu estava confiante e sumi na última volta! Pensei em como o jogo mental era minha chave agora e não podia enfraquecer - o calor estava fortíssimo e estava um pouco cansada - aumentei na nutrição, na hidratação e insisti: não vou enfraquecer. Não posso, não quero!
Mantive a mesma estratégia: fazer um bom swing e manter o toque de putter. Com isso, emboquei um lindo birdie no 10, de longe! Me senti bem, mais aliviada - retomara uma tacada de vantagem, mas essa tacada sumiu no 12. Estava batendo bem e no 13 outro putter de bastante importância veio e fechei o par. Porém no 14 errei um putter mínimo e não consegui abrir mais uma.
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Broa Golf Resort - Buraco 2 - Foto por Ricardo Fonseca e Thaís Pastor |
Os próximos buracos foram de muitos erros e importantes acertos. Mas uma coisa mudou: eu estava melhor mentalmente. Mesmo com os erros no 15, o cross bunker no 16, o quase lago no 17, eu estava com a mente clara e isso ajudou a manter o swing em boa forma.
Cheguei no 18 com duas tacadas de vantagem e o último putter caiu como um grito de alívio depois de 36 buracos tensos, com uma baita jogadora atrás e pressão interna e externa no jogo. Tinha acabado e meu corpo cedeu ao stress - tremia de felicidade!!
Esse ano tem sido uma reviravolta para o meu golfe. E o foco é melhorar o swing, melhorar o jogo mental e estar bem fisicamente! Não importa o campo, o dia da semana, o adversário, nem mesmo importa o clima - tenho que focar na mentalidade correta! E dentre vários fatores, com certeza isso me ajudou nesse fim de semana.
E saber que nosso trabalho está no caminho certo é bom demais... :)
65° Aberto de Golfe do Estado - Embrase
Esse fim de semana tivemos o 65° Aberto de Golfe do Estado, organizado pela FPG no belíssimo campo do Terras de São José, em Itu, com o apoio da Embrase, nossa querida parceira!
Eu adoro o campo do TSJGC - gosto das chances que o campo oferece e sei de algumas armadilhas. Estou naquela fase do golfe que o swing anda instável e minha confiança ainda não é firme, então posso fazer o jogo da vida ou da tragédia. A sensação ao chegar no TSJGC era de curiosidade: será que o jogo ia entrar esse fim de semana?
Eu ainda tenho um certo preconceito com jogo às sextas. Estou sempre ligada no trabalho, checando e-mails, acordo em dia útil... Parece que não é dia de torneio! Costumo não marcar nem match-play às sextas. Então fui pro campo um pouco fora de timing e o cartão mostrou: fiz somente dois pares, três birdies e muitas besteiras - de três putters à shanks! Não posso nem dizer que fiquei chateada, estava somente decepcionada por ter voltado perto da estaca 0 com relação à minha confiança em campeonatos. Mas, notei que a minha atitude estava errada desde o princípio e tinha ainda dois dias para reconquistar meu jogo.
Sábado e domingo foram dias muito parecidos - decidi ir sem caddie e avaliar o jogo sozinha. Entrei mais centrada, cometi erros, mas consegui fazer uma média de 10 pares e um birdie por rodada - o que não significou que o jogo foi bom! Fiz doubles, triples e excessos além - conheci o campo de formas que ainda não conhecia.
Mas a experiência de um campo diferente, com pessoas de jogos distintos, leitura de greens, fairways e momentos de jogo valeram a pena. O golfe é um jogo de ups e downs e temos que aceitar tanto que as fases boas quanto ruins vão passar - temos que ter serenidade para viver cada uma delas com paz! E manter sempre a mente positiva - é nela que ganhamos (ou perdemos) um jogo.
E essa menina fofa e linda fez com que eu revivesse muito dos meus juvenis - a desejo muita sorte e bom golfe no seu futuro!!
Mas a experiência de um campo diferente, com pessoas de jogos distintos, leitura de greens, fairways e momentos de jogo valeram a pena. O golfe é um jogo de ups e downs e temos que aceitar tanto que as fases boas quanto ruins vão passar - temos que ter serenidade para viver cada uma delas com paz! E manter sempre a mente positiva - é nela que ganhamos (ou perdemos) um jogo.
E essa menina fofa e linda fez com que eu revivesse muito dos meus juvenis - a desejo muita sorte e bom golfe no seu futuro!!
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