segunda-feira, 17 de agosto de 2015

66° Aberto do Estado de São Paulo

Depois de dois meses de preparação física, jogo mais um campeonato! Dessa vez, um campo lindo, com temperaturas altas, com nível técnico boníssimo e o queridinho dos Campeonatos: o Aberto do Estado de São Paulo!

Esse é o evento teste para o próximo plano, que é de jogar os Abertos do Ranking Nacional em 2016. Foram três dias de jogo e um dia de treino, o que é mais que fiz desde outubro do ano passado. E o foco era: um bom swing de cada vez durante quatro dias! A vitória seria jogar de quinta a domingo - todo o resto seria bônus extra!

Tive um bom começo - joguei quinta e sexta com tranquilidade e sem dores. Deu para sentir que quem joga andando no novo campo de Poços, anda em qualquer outro lugar no mundo! Porém, a parte técnica ficou a desejar - errei muitos putters e alguns approachs que não podia errar. Joguei bem acima do score que queria, mas sentindo que podia melhorar muito nos próximos dois dias. A batida estava boa e a cabeça também.
  


Joguei sábado bem focada - não queria cometer os mesmos erros. Depois de um bom começo e um meio de volta turbulento, cheguei no buraco 17 (n° 8 do IPGC) e à 100 jardas da bandeira mandei um filaço para passar o green. Caramba! Eu precisava de um boost de confiança e não um filaço. Ao chegar na bola, que era muito rápida, disse à mim mesma: "um bom swing de cada vez!". Após soltar a bola no pitch, ela vagarosamente correu e morreu no buraco. Levantei a mão pro céu, agradeci e meus olhos se encheram de lágrimas. Joguei minha melhor volta oficial num torneio - 77! 
Mesmo com os putters ainda bem instáveis, tinha conseguido colocar a cabeça no lugar e evitado erros. Depois da cirurgia, ainda não tinha conseguido jogar bem, nem mantido a concentração por 18 buracos. Cheguei a sentar e rir sozinha - aquela vozinha que diz "você consegue" voltou e me senti boba de ter pela primeira vez acreditado nela.

Mas a noite chegou e com ela veio toda a dor de jogar golfe competitivo por mais de 3 dias seguidos. Ai descobri que mentiroso àquele que diz que depois da tireoidectomia, com hormônios a vida volta ao normal.

No máximo ela volta à normalidade. 

Não conseguia dormir no sábado. Meus pés e pernas latejavam. o cansaço físico era evidente. Eu estava preparada psicologicamente, mas meu corpo ainda não estava 100%. Dormi com as pernas para cima e torcendo para que estivesse melhor no dia seguinte!

Pelotão de domingo - jogando com duas pessoas que muito admiro - estava batendo bem na bola, errei alguns putters. Mas no buraco 7, desmontei... Minhas pernas pesavam uma tonelada. Uma mistura de cansaço, calor, adaptação do corpo aos hormônios - um pouco de tudo. Lembrava que nesse mesmo Aberto no ano passado, joguei quatro dias, carregando a taqueira nas costas e sem pestanejar - então sabia que se eu havia conseguido antes, ia conseguir de novo!
A cada rotina de batida, pensava comigo: não posso parar. Não vou parar. Um bom swing de cada vez!
Quando o corpo estava gritando, eu pensava que não havia como eu explicar pra alguém que cheguei no último dia e desisti. Eu nunca desisto. Eu iria acabar, nem que fosse batendo putters no último buraco. Economizei energia, foquei em só bater na bola e andar - o importante era acabar o jogo e o resultado agora seria o menos importante.  

Ao chegar no buraco 18, com o coração quase aliviado da dor e peso, estava com um último putter para birdie. Bati na bola e ao entrar no buraco, meus amigos, família, parceiros estavam assistindo, aplaudindo! Esse momento foi a minha vitória. Venci o cansaço, venci as dores - joguei 3 dias de torneio mais um de treino. E de quebra, ainda consegui meu melhor resultado em um Aberto do Estado, com o 3° lugar gross e 2° net!

Eu não conseguiria ter feito isso sem a Thelma e Liz, do Studio Ação. Elas entraram no meu treino, com todo a preparação física e conseguiram em dois meses melhorar meu corpo para poder atingir resultados que talvez somente conseguisse em 7-8 meses sozinha. Sou muito grata à esse patrocínio e por poder confiar que estaremos ainda melhores em 2016.




Como li esse final de semana na autobiografia do Andre Agassi:
"Não posso prometer que você não vai se cansar, diz ele. Mas, por favor, saiba disso: há muita coisa boa esperando você do outo lado do cansaço. Canse-se, André. É aí que você vai se conhecer. Do outro lado do cansaço."

Que venha 2016!

Um comentário:

  1. Nice Tata, que venham muitos outros para você passar o carro...
    boa "sorte", sabendo que isso não é algo que possa contar ... parabéns por conseguir ...

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