terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Sobre Crazy!

Falo sobre isso sempre: mulheres atletas geralmente são evidenciadas porque tiraram alguma foto sexy, ou são musas ou são meninas gostosonas que posam como atletas e são "babes". Dificilmente fazem uma matéria de uma atleta falando dos seus títulos, dificuldades superadas, rotina de preparação... 

Mas aiii, ai dela se ela for alongar e PUM: foto de bunda! Virou musa, virou biscat**, virou choque da sociedade.


No mesmo dia que saiu essa reportagem da Ingrid Oliveira, saiu também uma reportagem evidenciando que a Marta foi considerada pela Forbes uma das mulheres mais poderosas do Brasil - a manchete da Marta saiu ao lado de outras 5 pequenas miniaturas e a matéria tem 20 linhas e uma foto da reportagem na revista. A matéria do escândalo da Ingrid tem mais de o triplo e está na seção de esportes - apesar de pelo menos ser uma ótima crítica à esse tipo de exposição.

Isso no dia seguinte que a Nike lançou uma campanha MARAVILHOSA sobre atletas mulheres - ASSISTAM: https://www.youtube.com/watch?v=whpJ19RJ4JY

Nossas jovens e meninas não tem acesso à ídolos mulheres. Não porque elas não existem - mas porque elas não são notícia. Não são valorizadas. Dentre tantos talentos (que sofrem e lutam muito) para ter destaque, quantas são valorizadas pela sua luta?

Eu estive num bate papo ótimo com um cara sensacional há algumas semanas sobre esportes e esporte feminino e me perguntaram casualmente se saíamos feias depois do jogo. E comentaram que jogadoras de basquete saiam muito feias das quadras. Mas não questionamos isso sobre os homens. Quem liga se o Neymar sai suado e feio do campo? E daí se o Messi tem 100 tatuagens e tá com o cabelo esparramado? Nossa cultura ainda está abrindo as portas para a atletas, porém o inconsciente ainda tem muitas passagens fechadas. 

IF THEY WANT TO CALL YOU CRAZY
SHOW WHAT CRAZY CAN DO!


https://dibradoras.blogosfera.uol.com.br/2019/02/26/ingrid-oliveira-a-atleta-que-revelou-ao-mundo-mulheres-transam/?fbclid=IwAR1bbQJDsRovndM0wchJp25xk-RdM0SGO1QyhUR2TKuW3f9G12SzjZb4a_M

 

Sobre adversidade

Esse é o Amarelão!

Meu pai uma vez disse que o nome dele é “Marelo”, mas eu gosto mais de Amarelão. Aqui em casa o apelido dele é Gugudo... 


Amarelão está com a gente há mais ou menos 8 anos. Era do Clube da Uva e depois de ter sido abandonado em Andradas (em uma possível “recolocação de abandono”), foi resgatado por mim. Liguei para minha mãe chorando pedindo pro Amarelão ficar na casa dela uns dias para ir pra Feira de Adoção. Pois bem, nota-se que eu nunca o levei pra feira nenhuma. 


  Amarelão escolheu minha mãe como pessoa Alpha, esperto, ganhou vale-night pra ficar na casa. Era parceiro do Pingo e tinha cara de cachorro simpático! Meio tortinho, feliz, não dava trabalho.


Após a morte do Pingo, começamos a notar que o Amarelão estava mesmo tortinho, o pescoço caído e o andar diferente. Encurtando a história, após muitas passagens por veterinários, exames e opiniões diversas descobrimos que ele tem uma lesão na cervical - lesão antiga e ela vai tirando o movimento dos membros lentamente... 

Amarelo, que morava na casa dos meus pais, sempre dava seu jeitinho de se locomover. Até que começou a ficar muito difícil. Ele começou a urinar dentro de casa, emagreceu muito e tinha dificuldades para beber água. 

Na virada do ano passado, cheguei em casa e disse pro @rickavery1976 que traria o Amarelo pra casa para fazer um tratamento. Mais uma passagem por veterinários e mais uma constatação: cirurgia é um risco altíssimo e tratamento não há. Pois bem, entre sorrisos e lágrimas, Amarelao mudou de casa. E virou o quarto cachorro da habitação Moretti-Avery.

Não são todos os dias fáceis, mas com certeza foi um ano de muito aprendizado. Amarelão é inteligente pra carai*: aprendeu a esperar a hora de passear, só faz seu xixizinho lá fora, é conhecido da vizinhança inteira e deu uma engordadinha! Lógico que depende de nós pra comer e beber, mas apesar de ser um velhinho ranzinza, continua lutando todos os dias e aproveitando todos os solzinhos que toma pela manhã com seus 3 parças da casa!
Mas porque que eu quis falar isso hoje??? Sendo que já tá rolando há um ano aqui em casa???

Pois temos algumas lições aqui:

1. O animal não sente pena de si próprio. Ele se adapta, ele continua, ele segue lutando todos os dias.
Todos os cachorros se respeitam dentro de casa, mas alguns os humanos olham para a condição do Amarelo e sentem pena. O Amarelao tá aqui latindo e olhando tudo dentro da nova vida dele. Como deveria ser!


2. Nos escolhemos o Amarelo para fazer parte da nossa família. Ele era novo, era saudável, nao dava trabalho. Nós nunca o abandonaremos agora que ele ficou velhinho, deficiente e custoso. Família é família! Até o fim! 

3. Eu sou muito agradecida por poder auxiliar uma vidinha! Amarelão faz acupuntura com a Tia Ingrid, já viajou pra passear na casa da Tia Diandra, vai assistir jogos de cricket e é mega cuidado pelos jogadores... e Eu agradeço demais por Deus ter me proporcionado saúde e condições para ajudá-lo.

E é isso! Que sejamos fortes para nos adaptarmos e agradecidos por poder prestar auxílio àqueles que precisam.
Sempre!

Sobre um 36

Senta que lá vem textão! 

Ontem recebi de uma amiga uma foto que dizia: "Enquanto você fala da minha vida, só te digo uma coisa. Continuo usando 36 e você?"
Me bateu uma certa tristeza em ler algo assim. 

Eu tive que lutar com alguns fantasmas na minha cabeça nos últimos anos. Peso, muito peso, pouco peso. Da adolescência até hoje já pesei de 53 a 69 quilos. Mas somente nos últimos anos, quando já me considerava uma pessoa madura, entendi que o número não me define.

Eu sei que existe a pressão social da aparência - principalmente entre mulheres e mais ainda no Brasil - e também sei o quanto isso afeta jovens e mulheres. Como assim você não é uma pessoa boa, de sucesso, feliz por não vestir 36? WHAT?!
"Ah, Roberta, que ironia. Você só aceita seu número porque agora é fytnexx!" Pior que não. Mas já ouvi isso algumas vezes. Mesmo após entrar numa vida mais saudável, tive momentos de dificuldade para aceitar algumas coisas. Acho que fantasmas do passado. Já não usei uma roupa porque me achava estranha, já não quis fazer algo por me sentir feia e já me julguei por não estar no "padrão" - mesmo quando o mundo achava que eu estava. E há pouco tempo estou evoluindo para um caminho de aceitação e me policio muito para não dar passos para trás.

Agora, e se nós, mulheres e jovens de hoje, parássemos de nos julgar e julgar as outras por causa de um número? E se olhássemos para cada desconhecida ou conhecida e conversássemos sobre coisas que nos fazem bem ao invés de olhar a roupa do dia? E se apoiássemos a vitória da outra ao invés de julgar e condenar os motivos?

Eu não visto 36.
 

E se nos apoiarmos, possivelmente fantasmas do passado não voltarão, e seremos mais felizes com nosso corpo, nosso padrão, nossa beleza.
 

De que vale um 36 se o sorriso na cara é de fachada?

Sobre 2018

Eu tenho tentado parar para escrever sobre 2018 - o ano que previa maturidade, que previa fortalecimento.
E na verdade eu tive tempo para parar. Mas eu tive dificuldade de colocar tudo em palavras.


Realmente esse ano teve fortalecimento, mas não o físico. 

Foi fortalecimento do meu eu interior, de crenças, foi de reviravolta na minha forma de pensar e encarar a vida.
Começou como uma simples mudança no meio esportivo e me mudou como pessoa, como líder e na forma que tento evoluir.


Com essas mudanças, veio o fim do golfe competitivo. Definitivamente não foi uma decisão fácil, muito menos não dolorosa. Mas foi curiosamente na época que dizemos que chegamos à maturidade esportiva: aos 33 anos. Mesmo com o coração balançado, acredito que foi a decisão correta. Luz e transformação da minha vida.
Veio a consolidação da capitania no Cricket com o Sul-americano. O primeiro campeonato que construí desde o comecinho. E foi o começo da maturidade como líder de uma forma mais ampla. Foi sair da zona de conforto, mas muito muito gratificante!


Foi ano de muito trabalho! Mas com pessoas incríveis, onde tivemos muito suor para conquistar as vitórias e aprender com as derrotas de cada parte do processo!
 

Foi ano de finalizar mais uma graduação! Um pequeno sonho! De escutar: “nossa, como vc mudou!” E entender que aquele era o maior elogio que vc poderia escutar!
Também foi ano de ver que tenho muito a evoluir no setor pessoal. Me livrar de amarras, de respirar fundo e de escolher as batalhas a enfrentar! Sair da casca de canceriana e me abrir para novos recomeços. E novos caminhos!

Foi um ano impressionante! E foi um processo que precisava passar!
Algumas pessoas foram essenciais nesse processo - e não preciso nem sequer citá-las! Elas sabem.


Obrigada, Papai do Céu, por ter me guiado por cada escolha e por ter colocado pessoas no meu caminho que foram essenciais em cada parte do processo!
 

Senhor, obrigada por todos os problemas que enfrentei esse ano! Obrigada por me guiar por todos os meus acertos! Obrigada pelas dores e pelo conforto! Obrigada pelas oportunidades e pelas batalhas!
 

E que tenhamos Fé para mais um ciclo abençoado!

Vem 2019! ❤️🙏🏼🙌🏼

Sobre Entrevistas que marcam

Eu já dei algumas entrevistas na minha vida... e adoro! Adoro falar sobre esportes, batalhas, teorias! 

Mas essa foi a minha favorita. A qual pude ir um pouquinho mais no meu eu e falar sobre a relação linda que tenho com minhas duas paixões esportivas: cricket e golfe! ❤️❤️
E agora está aqui pra vcs: https://issuu.com/seriezrevista/docs/seriez21
Da página 70 à 81!


Obrigada imensamente, Revista Série Z e Felipe Augusto pela oportunidade! E também por abrir espaço para esportes menos tradicionais!
Leiam e acompanhem, amigos!!! 🏏🇧🇷🙏
  #cricket #golfe #atletastudioação #WeRun4Cricket #entrevistasquemarcam #revistaseriez #ateltasdeMG #forcafocoefe #divulgandoesportes #cricketbrasil #cricketpoços #pcgc

Profissionalismo na Gerência Esportiva

Essa reportagem somente mostra porque o profissionalismo na gerência esportiva é algo necessário! Não é só saber jogar, não é só apostar naqueles que já são bons. 

É criar um caminho de desenvolvimento desde base até alta performance, é aumentar a participação e interação com o esporte, é dar apoio sustentável à todos os níveis esportivos.

Inglaterra, Austrália, EUA organizam o desenvolvimento esportivo com planejamento a curto, médio e longo prazo. No masculino há muito tempo, e nos últimos anos, no feminino. E os números mostram: maior envolvimento > maior participação > mais investimento > mais jogadoras > mais alto rendimento.

Dê oportunidade e um caminho seguro e contínuo - sustainable pathways! 

Vale a pena a leitura:
https://dibradoras.blogosfera.uol.com.br/…/brasil-sai-derr…/

Campeonato Sul Americano de Cricket

Alegria! Raça! Amor!

Isso é Seleção Brasileira de Cricket! 🇧🇷 🏏 ❤️


Tenho muito orgulho em fazer parte dessa Seleção.
Orgulho ainda maior de ter a oportunidade de ser Capitã!

E tenho orgulho de cada uma das jogadoras - dos seus esforços, dos sorrisos, das músicas, das lutas!

Cada uma com sua estória, cada uma com seus desafios.
Foi maravilhoso ver uma a uma crescer, a cada jogo, a cada over.
União, alegria e consciência de jogo. Nada ao acaso.


Agradeço ao Papai do Céu por esse momento lindo!
E agradeço a cada uma por ser parte desse momento!
E por confiar nas decisões que tomamos em campo!
E agradeço todos aqueles que nos permitem crescer, aprender e vivenciar tudo isso!


Obrigada.
De coração!