terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Sobre um 36

Senta que lá vem textão! 

Ontem recebi de uma amiga uma foto que dizia: "Enquanto você fala da minha vida, só te digo uma coisa. Continuo usando 36 e você?"
Me bateu uma certa tristeza em ler algo assim. 

Eu tive que lutar com alguns fantasmas na minha cabeça nos últimos anos. Peso, muito peso, pouco peso. Da adolescência até hoje já pesei de 53 a 69 quilos. Mas somente nos últimos anos, quando já me considerava uma pessoa madura, entendi que o número não me define.

Eu sei que existe a pressão social da aparência - principalmente entre mulheres e mais ainda no Brasil - e também sei o quanto isso afeta jovens e mulheres. Como assim você não é uma pessoa boa, de sucesso, feliz por não vestir 36? WHAT?!
"Ah, Roberta, que ironia. Você só aceita seu número porque agora é fytnexx!" Pior que não. Mas já ouvi isso algumas vezes. Mesmo após entrar numa vida mais saudável, tive momentos de dificuldade para aceitar algumas coisas. Acho que fantasmas do passado. Já não usei uma roupa porque me achava estranha, já não quis fazer algo por me sentir feia e já me julguei por não estar no "padrão" - mesmo quando o mundo achava que eu estava. E há pouco tempo estou evoluindo para um caminho de aceitação e me policio muito para não dar passos para trás.

Agora, e se nós, mulheres e jovens de hoje, parássemos de nos julgar e julgar as outras por causa de um número? E se olhássemos para cada desconhecida ou conhecida e conversássemos sobre coisas que nos fazem bem ao invés de olhar a roupa do dia? E se apoiássemos a vitória da outra ao invés de julgar e condenar os motivos?

Eu não visto 36.
 

E se nos apoiarmos, possivelmente fantasmas do passado não voltarão, e seremos mais felizes com nosso corpo, nosso padrão, nossa beleza.
 

De que vale um 36 se o sorriso na cara é de fachada?

Nenhum comentário:

Postar um comentário