domingo, 13 de dezembro de 2015

De dentro pra fora!

Vida de atleta amador, em dois esportes, não é fácil! 

Desde o meio de setembro estava tentando passar um fim de semana completo no campo de golfe - às vezes não conseguia pelo trabalho, às vezes por compromissos pessoais, às vezes pelo clima... Logo após o Campeonato de Cricket no Chile, fiquei afastada por mais de 4 semanas por causa de uma lesão no polegar - enfim, estava um pouco afastada dos treinos e ainda mais afastada dos campos!  

Mas esse fim de semana reservei pra minha paixão antiga! Sexta, sábado e domingo seriam do GOLFE e nada me impediria! Voltei a minha rotina de preferência, que se baseia em treino na sexta e jogos no sábado e domingo e ia sentir como seria com o jogo, o físico e no final e mais importante, minha realização com o fim de semana.

Sexta foi tranquilo, e sábado foi o teste. Bati bem na bola depois de 4 buracos em jogo, me incomodei um pouco no começo com as costas. Mas depois de alongar e esquentar, bati bem, consegui manter os putters e fiz 4 birdies. Mas não mantive o controle, perdi a cabeça lou-ca-men-te em alguns momentos e explodi o score em 3 buracos... Joguei 10+, mas com sensação de 20+! 

Fui pra casa frustada. Quando estou em Poços, julgo meu jogo na capacidade de fazer birdies e pares, nessa ordem, então sabia que poderia fazer scores, se me controlasse de dentro pra fora.
No golfe, a mudança tem que vir dessa forma - você começa o jogo à partir do momento que você toma atitude de jogar aquele dia (ou naquele torneio). Desde criança ouço minha mãe dizer que ela jogava 18 buracos com a cabeça no travesseiro na noite anterior - e ela sempre foi uma ótima jogadora. E quando você se torna atleta durante todo o dia, ao invés de focar somente no momento do impacto, o atleta se torna maior que o amador. E nisso você vira golfista de novo...

Com isso em mente, comecei domingo mais focada e sabendo que precisava me centrar - e o jogo naturalmente veio - 3 birdies, 10 pares e um OB: 3+! Em nenhum momento me permiti perder a cabeça ou o controle e isso fez a diferença. A tacada de 100 jardas para o green e aquele approach pra salvar par, o putter pra birdie e pra bogey... todos com o mesmo foco, mesma rotina - e que mudança isso trouxe! 

Vida de atleta amador, em dois esportes, não é fácil! 
Mas é simplesmente maravilhoso....



  

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Recuperação de lesão e volta aos campos

Quase todo atleta conhece um momento que a ansiedade é quase impossível: a recuperação de lesão! E nesse caso não tem jeito, temos que esperar, trabalhar no repouso e ter paciência com as 20 repetições na fisioterapia, 2x ao dia, que parecem não acabar e não resultar nada (sabemos que traz resultados - é somente força de expressão de uma blogueira imediatista :) )!

Logo após o final do Campeonato Sul Americano de cricket, após uma comemorada noite depois da vitória, acabei caindo e deslocando a falange do dedão esquerdo. Pra quem nunca tinha tido nada além de alguns arranhões e hematomas, tomei um baita susto. Pra que raios eu fui descer aquela escada que evitei a semana inteira???

Enfim, choros à parte, na últimas quatro semanas eu mal relei em um taco de golfe. Até esse último sábado, quando consegui fazer alguns approachs, pitchs e com uma leve dor no dedo nos ferros longos (isso é uma grande melhoria para quem não conseguia fazer um grip quinze dias atrás). Estamos voltando! Yuppie!

Nesse tempo em que não consegui segurar no taco de golfe, usei minhas energias para três coisas: 1. foco no treino físico - abdominal, inferior, condicionamento, 2. foco na dieta - para não avacalhar o que consegui nos primeiros 40 dias de alimentação focada no rendimento e 3. foco no cricket! Sim, não conseguia pegar num taco de golfe, mas conseguia arremessar e segurar num taco de cricket! :)

O cricket tem sido uma aprendizagem e tanto para mim. Quando prometi a mim mesma que não jogaria cricket nunca na vida, que isso seria um hobby do meu marido e não meu, eu sabia no fundo do meu coração que na verdade eu estava evitando aquele amor proibido, como se um segundo esporte fosse uma traição ao meu amor infinito pelo golfe. Me deixei levar pela tentação e aqui estamos, três anos depois...

Mas esse amor de dois esportes se complementam de forma fantástica. No golfe, eu tenho o individualismo que preciso para focar, treinar e ter a concentração em cada tacada a ponto de isolar qualquer ação externa para obter o melhor de mim - em todo movimento. Golfe para mim é lindo, é a execução que busca a perfeição, é o controle de emoções e pouca expressão externa, alta pressão individual, é a influência de todos as variáveis, é a definição de jogo mental e equilíbrio. Eu acho o golfe fantástico! E ele realmente é.
O cricket se beneficia de tudo que o golfe ensina (além dos cover drivers), mas tem o diferencial da possibilidade de expressão das emoções, do desafio em mutação contante, do pensamento coletivo... 

Até quando terei o benefício de manter os dois esportes bem... não sei! Mas sei que enquanto puder, estarei com ambos... 

E que seja lindo!

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Se alguém me falasse no ano passado...

Se alguém me falasse no ano passado, no final do Cricket WSAC (Womens South American Championship) que:

- que eu aprenderia a bater de verdade numa bola,
- que faria meus primeiros 100 pontos em um jogo,
- que eu pensaria mais como atleta que como turista,
- que comeria logo depois do jogo, mesmo sem fome, só por saber que isso seria bom pra mim,
- que estaria com patrocínio para melhoria da parte física, em rendimento e condicionamento esportivo,
- que usaria minha psicologia esportiva do golfe no cricket,
- que nós jogaríamos com a paixão que jogamos esse ano,
- que eu seria a melhor batedora do campeonato
- que seríamos Campeãs no VI WSAC

eu não acreditaria...

Que essa sensação de que tudo valeu a pena continue e nos estimule para as próximas etapas - p
or todos o treinos, todo o esforço, todas as dificuldades!



See you soon, VII WSAC!

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Quando o esporte coletivo entra em nossas vidas....


Esse fim de semana foi de CRICKET!
Após uma passagem feliz pelo 16° Aberto do Arujá Golf Club, cheguei em Poços focada em mais uma etapa do Campeonato Nacional de Cricket Feminino. Jogo cricket há 3 anos e foi ótimo pois passei a ter um esporte coletivo em contraste com o individualismo que o golfe me traz.     

As Pandas, como somos chamadas, tem menos tempo de Cricket que as meninas do Brasília Cricket Ladies (BCL) - mas também tem menos idade. Então é uma disputa de experiência das Brasilienses e renovação das novas jogadoras. Sou capitã e uma das pessoas mais velhas da equipe dos Pandas hoje, que tem jogadoras de 12 a 35 anos. Mas no campo, são 11 contra 11 e tudo isso é ignorado - ganha, quem jogar melhor.

Internamente, eu tinha a sensação que estava jogando cricket pela primeira vez quando entrei no taco - e pois pareceu mesmo! Saí no segundo arremesso! Estava frustada por dentro - "poxa, treino tanto para não conseguir fazer um ponto sequer...? Quando é que vou conseguir mostrar no campo, o que eu faço no treino?". Mas ainda tivemos um primeiro jogo muito competitivo, onde perdemos por um pouco menos de 2 overs.

No segundo jogo, começamos mal. Nossos arremessos estavam menos difíceis e as meninas de Brasília não perdoaram. Brincamos de tentar pegar bolinhas enquanto elas faziam mais de 100 pontos. Fecharam nossos 20 overs em 116. Nós nunca tínhamos feito mais de 78 pontos - caramba!! 
Minha primeira rebatedora disse que preferiria não entrar agora - então decidi entrar com minha vice capitã, Renatinha. Entramos e falamos: "Vamos ficar! Sejamos felizes!". E assim foi, devagar, com apenas 14 pontos em 5 overs. Ainda frustada, mas estava com uma paciência interna que não tinha no primeiro jogo - eu queria ficar lá. Renatinha fez um over lindo no meio do jogo e de repente começamos fazer pontos, rebater melhor, roubar corridas e a ouvir a nossa equipe torcendo no banco. E notamos que ERA SIM POSSÍVEL conseguir os 117 pontos que precisávamos para ganhar. E no último over, com 5 pontos para ganhar, faltando duas bolas, fechamos o jogo!!!! Sem nenhum wicket, com nossos record de pontos e praticamente o melhor jogo das Pandas até aquele momento!! Felicidade plena - restauramos a confiança da equipe! Agora, podíamos tudo!!!


Eu com 37 pontos e Renatinha com 47! Primeira vitória do Cricket Pandas do ano

Domingo era dia da final - mas eu continuava com problema de desfalques na equipe. Literalmente chamei TODAS AS PESSOAS que já haviam jogado conosco! E nessa necessidade extrema de encontrar uma, vieram duas! 

Começamos jogando no taco e a estratégia foi a mesma - entrei com a Renatinha - mas dessa vez, com confiança, para fazer pontos. E começamos mais rápido, com menos erros. Acabei sendo eliminada no 13° over, com 36 pontos, e nosso time perdeu rápido algumas outras jogadoras - mas mantivemos o placar rodando e chegamos ao nosso novo record: 122 pontos em 20 overs! E pensar que 3 anos atrás, tínhamos feito 19 pontos em 20 overs... 
Apesar de estar super empolgada, precisava manter o pé no chão - ainda tínhamos que defender 20 overs de boas rebatedoras e evitar a derrota - que nesse momento seria muito dura. Tínhamos que jogar para a primeira vitória do Cricket Pandas sob o BCL - tínhamos perdido as quatro etapas iniciais - e a derrota era sempre amarga.
Começamos com um fielding lindo. As meninas focadas, bons arremessos, aceitando e trabalhando nas instruções de posicionamento. Erramos pouco, e consertamos rápido. E com esse trabalho em equipe, com todas as 14 jogadoras que estiveram conosco durante o torneio, conseguimos a primeira vitória de uma etapa do Campeonato Nacional Feminino!!!!!  

Primeira vitória do Cricket Poços Feminino - PANDAS

A sensação foi de alívio, foi de saber que o treino traz resultados, de ver as meninas crescendo dentro do esporte e se tornando mulheres de raça, com paixão pela equipe, paixão pela vitória. Como "Mãezona", meu apelido de equipe, eu não poderia me sentir mais orgulhosa. Nós perdemos o Nacional no geral, pois tivemos 3 derrotas e somente 2 vitórias - mas levamos a segunda etapa. E ver o trabalho de alguns anos mostrando resultados e trazendo esse sorriso maravilhoso que vi no rosto de cada uma de nossas jogadoras faz tudo valer a pena. 

PANDINHAS, que orgulho de vocês!! Obrigada, Rick, Matt e Felippe, pelos treinos, pelo apoio moral, pelo trabalho que vocês fazem nos bastidores para que tudo isso fosse possível. 

Esse é um fim de semana que nunca esquecerei.

Beijos da Capitã

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

66° Aberto do Estado de São Paulo

Depois de dois meses de preparação física, jogo mais um campeonato! Dessa vez, um campo lindo, com temperaturas altas, com nível técnico boníssimo e o queridinho dos Campeonatos: o Aberto do Estado de São Paulo!

Esse é o evento teste para o próximo plano, que é de jogar os Abertos do Ranking Nacional em 2016. Foram três dias de jogo e um dia de treino, o que é mais que fiz desde outubro do ano passado. E o foco era: um bom swing de cada vez durante quatro dias! A vitória seria jogar de quinta a domingo - todo o resto seria bônus extra!

Tive um bom começo - joguei quinta e sexta com tranquilidade e sem dores. Deu para sentir que quem joga andando no novo campo de Poços, anda em qualquer outro lugar no mundo! Porém, a parte técnica ficou a desejar - errei muitos putters e alguns approachs que não podia errar. Joguei bem acima do score que queria, mas sentindo que podia melhorar muito nos próximos dois dias. A batida estava boa e a cabeça também.
  


Joguei sábado bem focada - não queria cometer os mesmos erros. Depois de um bom começo e um meio de volta turbulento, cheguei no buraco 17 (n° 8 do IPGC) e à 100 jardas da bandeira mandei um filaço para passar o green. Caramba! Eu precisava de um boost de confiança e não um filaço. Ao chegar na bola, que era muito rápida, disse à mim mesma: "um bom swing de cada vez!". Após soltar a bola no pitch, ela vagarosamente correu e morreu no buraco. Levantei a mão pro céu, agradeci e meus olhos se encheram de lágrimas. Joguei minha melhor volta oficial num torneio - 77! 
Mesmo com os putters ainda bem instáveis, tinha conseguido colocar a cabeça no lugar e evitado erros. Depois da cirurgia, ainda não tinha conseguido jogar bem, nem mantido a concentração por 18 buracos. Cheguei a sentar e rir sozinha - aquela vozinha que diz "você consegue" voltou e me senti boba de ter pela primeira vez acreditado nela.

Mas a noite chegou e com ela veio toda a dor de jogar golfe competitivo por mais de 3 dias seguidos. Ai descobri que mentiroso àquele que diz que depois da tireoidectomia, com hormônios a vida volta ao normal.

No máximo ela volta à normalidade. 

Não conseguia dormir no sábado. Meus pés e pernas latejavam. o cansaço físico era evidente. Eu estava preparada psicologicamente, mas meu corpo ainda não estava 100%. Dormi com as pernas para cima e torcendo para que estivesse melhor no dia seguinte!

Pelotão de domingo - jogando com duas pessoas que muito admiro - estava batendo bem na bola, errei alguns putters. Mas no buraco 7, desmontei... Minhas pernas pesavam uma tonelada. Uma mistura de cansaço, calor, adaptação do corpo aos hormônios - um pouco de tudo. Lembrava que nesse mesmo Aberto no ano passado, joguei quatro dias, carregando a taqueira nas costas e sem pestanejar - então sabia que se eu havia conseguido antes, ia conseguir de novo!
A cada rotina de batida, pensava comigo: não posso parar. Não vou parar. Um bom swing de cada vez!
Quando o corpo estava gritando, eu pensava que não havia como eu explicar pra alguém que cheguei no último dia e desisti. Eu nunca desisto. Eu iria acabar, nem que fosse batendo putters no último buraco. Economizei energia, foquei em só bater na bola e andar - o importante era acabar o jogo e o resultado agora seria o menos importante.  

Ao chegar no buraco 18, com o coração quase aliviado da dor e peso, estava com um último putter para birdie. Bati na bola e ao entrar no buraco, meus amigos, família, parceiros estavam assistindo, aplaudindo! Esse momento foi a minha vitória. Venci o cansaço, venci as dores - joguei 3 dias de torneio mais um de treino. E de quebra, ainda consegui meu melhor resultado em um Aberto do Estado, com o 3° lugar gross e 2° net!

Eu não conseguiria ter feito isso sem a Thelma e Liz, do Studio Ação. Elas entraram no meu treino, com todo a preparação física e conseguiram em dois meses melhorar meu corpo para poder atingir resultados que talvez somente conseguisse em 7-8 meses sozinha. Sou muito grata à esse patrocínio e por poder confiar que estaremos ainda melhores em 2016.




Como li esse final de semana na autobiografia do Andre Agassi:
"Não posso prometer que você não vai se cansar, diz ele. Mas, por favor, saiba disso: há muita coisa boa esperando você do outo lado do cansaço. Canse-se, André. É aí que você vai se conhecer. Do outro lado do cansaço."

Que venha 2016!

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A Matilha no Interfederações!

No início de Julho, recebi um convite! Não o mesmo convite que tive em 2012 e 2013, mas o convite para ser Capitã da equipe feminina da Federação Paulista de Golfe no Interfederações. Lembrei no mesmo minuto da Vivian Golombek, capitã da nossa equipe em Búzios 2012!
A Vivian é uma figura - risonha, animada, sempre alegre - trouxe o melhor de nós, tomou alguns riscos e com ela fomos campeãs! E queria me espelhar nisso.

Interfederações 2012 - Búzios - Equipe Campeã

Nossa equipe esse ano foi composta pela Lauren Grinberg, Carla Ziliotto e Giovanna Yabiku e assim como as outras federações, mostra uma renovação nos jogadores - a média de idade baixou bastante!

Ser Capitã é uma experiência diferente - você somente tem controle da sua estratégia! Durante o jogo, era com elas - e como são jogadoras melhores que eu, tudo que eu podia fazer era torcer, sofrer e lembrá-las: "um bom swing de cada vez. Foco"! E como sofri - acompanhando nosso pequeno amuleto Giovana até o 18, a Carla "sem sangue" andando até os putters que somente ela sabia que já tinha embocado e a energia extra da Lauren que virava drivers com vôo de 230 jardas!

Mas sofrimento mesmo foi o último dia, quando jogamos contra a também invicta equipe do RJ, que levou nosso jogo até o 18 nas duplas! Com Carla e Lauren, 2 up no tee do 16, jogando contra Clara e Thuane, tudo que precisávamos era de um buraco ganho para garantir os pontos da manhã e chegar mais perto da taça. Perdemos o 16, perdemos o 17 e à caminho do 18, no nosso cart, era possível escutar o coração meu e da Giovana palpitando na garganta! Carla e Clara bateram os drivers, e Thuane colocou a bola a 4-5 metros da bandeira. Precisávamos de um bom approach de 90 jardas. E ele veio! Nossa Chihuahua deixou a bola dada, para garantir pelo menos empate e forçar o RJ a embocar um putter difícil. Com a equipe toda no green, torcida de SP e RJ, Clara tocou e a bola passou muito perto, mas não entrou! Comemoramos por dentro - MUITO!
Durante a tarde, no primeiro sorteio que veio ao meu favor, tivemos o confronto de Lauren e Thuane e Carla e Clara! Clara não errou - e deixou nossa Pitbull no green do 12, o que colocou muita pressão no jogo entre Lau e Thuane - era um jogo de raça, torcida, foco, putters longos e bancas no pino. Foi tenso e foi lindo! Lau e o amuleto Giovanna levaram no 17 e pela primeira vez, a tremedeira e coração palpitando viraram tranquilidade!

Interfederações 2015 - Brasília - Equipe Bicampeã

Dentre Pitbulls, Chihuahas e Malteses, saíram todos vivos! Espero ter trazido o melhor da equipe, além do título. A Matilha se tornou Bi-Campeã.

E me orgulho de ter feito parte dessa equipe feminina.

Matéria Golfe.esp.br
Matéria FPG

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Momentos




Um querido amigo meu, que nos acompanhou na infância, postou uma foto hoje minha, com o grande Pepê!! Pepê é um cara de swing incrível, grande técnica, ótimo jogador - talento nato e sempre o admirei muito!! No foto, estávamos jogando juntos alguma etapa do Interclubes Juvenil de 2000, no Santos São Vicente Golf Club.

Eu me lembro MUITO desse dia, tinha meus 15 anos, jogava com o acompanhamento do meu querido Horácio, ainda atual professor, tinha acabado de voltar do Sulamericano no Uruguai... Ainda jogava handball também - como é de meu temperamento, fazia tudo ao mesmo tempo agora!!


A equipe de Poços viajou do jeito que a gente podia viajar: combi azul emprestada (vulgo Expresso Azulão!!), uniforme que os pais e sócios se uniam para comprar, apartamento de nossa querida amiga - a viagem toda era na raça! Na nossa equipe, filhos de sócios, um de nossos caddies que era jogador, handicaps de todos os jeitos.... Tínhamos pouca grana, mas muita vontade de jogar! O Interclubes era disputadíssimo e o nosso clube, Diretoria, e os pais se esforçavam muito para jogarmos!!

Naquele dia joguei a melhor volta da minha vida juvenil: 81 gross! Ganhei o troféu Scratch do famosíssimo Pedro Da Costa Lima, que já era super talentoso e só melhorou dali pra frente (difícil agora ganhar dele!!). 
Me lembro ainda, que como típicos adolescentes, a minha equipe não ficou na premiação, porque um dos jogadores de Poços havia brigado com uma das minhas amigas, na época, namoradinhos.... Fiquei muito brava!! Já tinha o temperamento Moretti desde criança.....

Com esse mesmo putter que estava ai na mão na foto de 2000, joguei minhas melhores voltas em torneio oficial, no mesmo campo, 14 anos depois! Putter que foi herdado do meu pai, passou pelas mãos do meu irmão e tinha um adesivo de sorriso na ponta!! O putter sorria!!! :) 
Aberto do SVGC 2014, green do 18

Na época, sem grandes avanços tecnológicos, ganhei no correio algumas semanas depois a foto do querido Luizinho Neto Goncalves. Após o Aberto do Estado no ano passado, mandei a mesma foto pro Jonny, pai do Pepê! E hoje, com o bem melhor avanço tecnológico, revivi uma nova memória!! 

Emoticon smile Emoticon smile Bom demais.... Obrigada, querido!!!

segunda-feira, 15 de junho de 2015

XXX Aberto Feminino do São Fernando Golf Club

Nos dias 10 e 11 de junho, tive o prazer de participar do 30° Aberto do São Fernando Golf Club - campo espetacular, lindo, organização maravilhosa! 
Nos últimos anos aprendi a gostar de Abertos Femininos mais que já gostava de Abertos de Golfe do interior! Então meu calendário estará sempre com esses eventos bem reservados!

Foto de Ricardo Fonseca e Thaís Pastor

Depois de alguns meses sem golfe, ter voltado, parado mais um pouquinho, eu ainda estou ganhando ritmo de jogo. No Aberto de Poços, fiquei muito decepcionada com meu resultado - tive jogadas incríveis seguidas de jogadas que somente um iniciante faria. A instabilidade não me deu forças pra lutar e dificultou muito o resultado. Eu me conheço bem o suficiente para saber que a falta de preparo interferiu bastante e que se quero jogar bem, não dá pra ser com milagres de fins de semana. Então em Cotia, estava determinada a bater melhor na bola e diminuir a instabilidade para poder novamente correr atrás de bons resultados. Passos de bebê para conseguir engatinhar de novo até voltar a andar!!!

Cheguei no São Fernando com uma boa batida, mas dificuldade nos greens por serem muito rápidos e nas bancas, que é um ponto que preciso ainda melhorar como jogadora. Ou seja, assim que você perde ritmo, o jogo curto é o primeiro que sofre. Fiz uma volta difícil no primeiro dia, mas consegui sair feliz de campo ao rodar bem nos últimos nove buracos. No segundo dia, a batida continuou boa - bons drivers, recuperação legal, ferros longos e curtos mais estáveis, mais ainda cometendo erros que me machucavam. Os putters não foram tão bons e as bancas me prejudicaram muito. Quanto mais fugia da areia, mais ela me perseguia!!

O resultado podia ser muito melhor - ainda estou um pouco ansiosa e cometo erros bastante evitáveis - mas sai feliz com a melhoria que vi no meu jogo e no retorno do meu impacto nas batidas. Tenho certeza que com meus treinos, vou ganhar mais estabilidade e conseguir buscar melhores resultados, em breve!

E esse foi o primeiro torneio que joguei em parceria com a STUDIO AÇÃO (Facebook Stúdio Ação), que está fazendo todo meu treinamento físico, e melhor ainda: voltado para o golfe! Isso vai me ajudar a voltar a ter as condições físicas de 2014! :)
Comparado com os últimos seis meses, me sinto bem melhor em campo fisicamente e daqui pra frente a tendência é somente melhorar - evitar lesões e melhorar resultados! Com o treinamento funcional, vamos chegar lá com mais firmeza. 



Coisas boas estão por vir... Tenho certeza disso! 


                                            


segunda-feira, 25 de maio de 2015

Filhas Pandas!


Sempre quero fazer bem tudo que faço! Isso é meu e dificilmente mudará. Eu aceito que há momentos que ainda não estou no nível que quero e me esforço para melhorar - mas no geral, quero fazer BEM!
Não é diferente no Cricket - jogo há pouco mais de dois anos e quero melhorar muito. Ainda sei que posso usar meu golfe para melhorar no batting, tenho que aprimorar meu bowling e sempre ser o melhor possível no fielding. Ainda tem muito trabalho e vamos lutando por isso.

E isso é o esporte! Mais ainda no esporte competitivo. Nada de anormal.

Após um ano jogando, fui capitã da equipe nos Nacionais. Na época fiquei um pouco surpresa, por era muito bruta e NADA sensível com nossas jogadoras. Eu achava que a dedicação que eu tinha no esporte individual, como o golfe, deveria ser o mínimo que todos deveriam fazer e cobrava o que eu não podia, de uma equipe iniciante - assim como eu ainda era no cricket.

Na hora que vi o furacão que eu era como capitã, notei o perigo em que estava de prejudicar uma equipe por MEUS problemas. Com o apelido de "Mãezona" tratei de me colocar no lugar de cada um e pensar no coletivo ao invés do individual. Comecei a olhar nas outras equipes, buscando exemplos de Capitania que me agradavam e foi fácil de ver que minha brutalidade não só trazia problemas, como me distanciava do time e isso era o oposto do que eu queria. Entendam, não sou princesinha e acho que nunca serei. Mas acho que hoje sou mais sensível do que era como capitã há um ano e estou aprendendo a me expressar da forma que desejo... Eu tinha que ser MÃE e dar o exemplo do que quero como time!!!

Então a dedicação que eu almejo como jogadora, tem que ser a mesma que devo colocar como Capitã. E vamos vendo mudanças aos poucos e deixa feliz ver que as nossas Pandas estão progredindo, como jogadoras de cricket e como pessoas. Nós conseguimos construir nossos alicerces e estamos passando a desenvolver nossa casa com respeito e dedicação. A cada wicket, cada catch, cada run out, ver o brilho nos olhos das minhas menininhas é o maior prazer do mundo! E quando o mundo delas desmorona, eu quero ser a primeira a dizer: "está tudo bem, o próximo melhora e vamos conseguir!!!"

Na premiação do Campeonato desse fim de semana, minha filhota Renatinha, me deu de presente uma caneca com nosso Mascote!!! Eu fraquejei das pernas! Eu sou dura com minhas menininhas e ter o reconhecimento delas é de emocionar! 

Minhas filhotinhas estão ali, crescendo e eu sou imensamente feliz por fazer parte desse momento com elas. 
Ainda não ganhamos os Nacionais, e ainda não me sinto como a capitã que eu quero ser. 
Mas vamos chegar lá! 
Promessa de Capitã!

domingo, 17 de maio de 2015

28° Aberto do Novo Poços de Caldas Golf Club

Chegou o fim de semana!

Seis meses após a mudança de clube para nova sede, iríamos realizar o primeiro Aberto no Serras Altas Golf Estate!
Eu escrevo com muita emoção hoje. Uma grande mistura: sinto falta do meu antigo campo de golfe! Sinto mesmo! Eu lembro frequentemente do meu campo antigo, do meu dog leg do buraco 1, do meu buraco 2 com green pequeno... de como era difícil conseguir dinheiro para manter 9 buracos com 50-60 sócios... de como cada Aberto era uma a salvação anual para pagar o 13° dos nosso fiéis funcionários... Éramos gladiadores no meio da selva de apaixonados pelo golfe.

Continuamos apaixonados pelo golfe. Mas de uma forma diferente. Hoje, não temos o aperto que tínhamos antes, não temos a grama batatais que nos apertava no approachs... não temos a sede que eu passei minha infância, não temos o barracão que nos mantinha 'parcialmente' aquecidos, onde o calor só vinha do fogo da paella do jantar. Hoje temos uma estrutura linda, que comporta 350 pessoas no quentinho do inverno, com bermuda de fairway a fairway e que logo será um grande campo - tenho certeza disso.

Enquanto jogava o Aberto, de vez em quando tinha o pensamento que eu não estava em casa... Eu sabia que estava, mas como uma das mais relutantes sobre a mudança de campos, ainda tenho meu coração dividido. Eu quero meu golfe no meu cantinho lindo da minha infância.

Sonho impossível, sei. Até porque nosso campo hoje tem mato com mais de um metro de altura..

Mas eu ainda vou me apaixonar pelo campo novo. Eu ainda vou querer levantar de manhã para quebrar 80-76-74, com frio de 5-6° C... Eu ainda vou querer isso com a mesma vontade que tinha antes.

Eu sei que vou.

Não tive um resultado bom no campeonato - e eu não posso me cobrar por isso. Eu não tenho feito por merecer nos treinos. Antes de quarta-feira, não tocava em um taco há 40 dias. Ou não tocava por tempo, ou por falta de ânimo! Mas independente da razão, eu não fiz por merecer... Se levasse algum prêmio, seria por mérito do erros de outros, não meu - o que eu não acho justo. Eu tenho que levar um campeonato por jogar melhor!

Sou amante do golfe. Não vou desistir nunca.

O Aberto foi lindo. A sede é linda! Os amigos são maravilhosos...

Mas sinto falta do meu cantinho de batatais com greens pequenos...
Ai, isso ninguém tira de mim...


Buraco 4 - PCGC 1985 a 2014

segunda-feira, 16 de março de 2015

XXI Aberto de Avaré - versão pós Puran!


Chegara a hora...
Na última sexta-feira viajei para meu primeiro Aberto desde setembro/2014 - (Virando os Números) e estava ansiosa  para o XXI Aberto do Avaré - não sabia se ia ter preparo físico para jogar 36 buracos no fim de semana, mas estava determinada a tentar! Meu grupo era fantástico, com parceiras que vão além da competitividade do fim de semana - realmente torcemos umas pelas outras e gostamos de jogar - então era o lugar perfeito para a volta. 

A recepção dos amigos foi linda - muitos abraços, muitas lindas energias! Como é bom estar com os amigos e realmente senti saudades do clima dos torneios do interior. O golfe une as pessoas de uma forma que não sinto em nenhum outro esporte - talvez pelo desafio interno com o campo, que acaba desenvolvendo uma cumplicidade que só os golfistas entendem, e acaba criando esse elo "espiritual" :) 

Com relação ao jogo, não bati bem no primeiro dia, acho que nem pelo cansaço, mas pela falta do ritmo de jogo. No geral, saí satisfeita por ter completado 9 buracos de treino na sexta e 18 buracos no sábado, com batidas boas e erros que poderiam ser evitados, mas não tão graves... O que mais poderia exigir?

Foi difícil acordar no domingo - muitas dores nas pernas e tempo quente. Nos primeiros nove buracos joguei bem algumas tacadas, estourei em um par 4 curto, mas estava feliz com o putter. Achei que a dificuldade da volta aos campeonatos é manter a concentração por 4 horas de jogo - os pensamentos vão para todos os lados, menos para o swing que você deve fazer naquela tacada!!! No lado positivo, achei que estava bem fisicamente para acabar de jogar e decidi não forçar, somente jogar os últimos 9 buracos focando no jogo mental e se possível, buscando um bom resultado. 

Pois é - FUNCIONOU! O putter entrou, os erros diminuíram e consegui acabar com um bogey, um birdie e sete pares: 36 nos últimos 9 e uma volta final de 80!
Saí do campo tão extasiada que não acreditava. Meu joelho estava quente de tão cansado, mas eu nem queria senti-lo: eu consegui jogar como estava jogando no ano passado. A cabeça entrou no lugar e o corpo respondeu: quer felicidade maior que essa?

Emoção não descreve meu fim de semana! Sem querer, na entrega de prêmios, a emoção contaminou e não segurei - chorei...

Estou de volta à Poços, ainda dolorida, cansada e sentindo poucas tonturas... mas imensamente feliz! 


Estamos de volta aos campos... devagar, mas estamos!

quarta-feira, 11 de março de 2015

Dois passos pra frente, um pra trás...

Desde que comecei a jornada pós-tireoidectomia sabia que ia passar por algumas alterações corporais. E vim me preparando fisicamente e mentalmente para isso - além de ter consultado outras pessoas que passaram pelo mesmo, lido bastante sobre o tema e mais importante, fui analisando e entendendo essas alterações com muito respeito! Aliás, é meu corpo, meu templo!

Depois de ter conseguido jogar dois dias seguidos de golfe (por dois fins de semana) e feitos alguns treinos, achei que estava 100%! Apesar das dores, conseguia balancear o golfe do fim de semana, com o cricket e aeróbicos do meio da semana - o peso estava voltando ao normal e o ritmo também! Perfeito!

Então segui ao campo, feliz da vida esse sábado! Mas como um tiro no pé, joguei 9 buracos apenas, sofridos fisicamente e continuei mais 5 com golf cart - não deu! Parei, descansei. Não consegui no domingo novamente. O corpo pedia e não pude puxar além...

Poxa, depois de 5 meses fora dos campeonatos de golfe, finalmente havia feito a inscrição para o primeiro Aberto do ano e na semana prévia dou uns bons passos para trás na minha condição física!? Murphy, procure outro ser para atrapalhar!!!!

Após passar por três médicos em três dias, alguns litros de soro, muitas furadas de veia e Dorflex e um corpo bem inchado decidi: não vou abandonar o Aberto! Posso jogar 36 buracos, ou 27, ou 18... mas se tem uma coisa que me ajudou muito em toda a recuperação foram meus amigos e o esporte. E se for para estar "mal" que seja ao lado das pessoas que me desejaram tão bem durante todo o processo! Estou com saudades das minhas parceiras de jogo, dos meus amigos do buraco 19, da energia deliciosa que é um Aberto e quero mais que nunca prestigiar o campo de Avaré... Foi lá que consegui minha primeira vitória e se o corpo não me deixar jogar, ainda estarei lá!


Vamos que vamos! Buscando os dois passos pra frente, e se por acaso der um pra trás, aproveite para admirar novamente a paisagem e agradecer a oportunidade! Vai melhorar ;)

Força, foco e fé!


domingo, 22 de fevereiro de 2015

36 buracos!!!



Esse fim de semana foi decisivo.


Há mais ou menos um mês tenho tentado jogar 18 buracos no campo novo do PCGC (Serras Altas Golf Estate), que tem muito mais subidas e descidas e uma dificuldade física bem maior que nosso antigo plano campo. É fácil notar pela quantidade de carts que agora temos diariamente e como jogar golfe em menos de 4 horas tem sido "Momento Ostentação" no famoso Buraco 19.


Eu comecei os treinos aos poucos em janeiro, com 50 bolinhas por fim de semana. Pode parecer pouco, mas quando estava sem hormônios essas bolinhas eram intermináveis - parecia que havia corrido uma maratona! No início de fevereiro passei a tentar jogar 9 buracos - às vezes conseguia, às vezes não. Consegui jogar minhas primeiras rodadas com carts, depois aos poucos jogando com carrinho elétrico. No Carnaval, tentei jogar na segunda e terça, mas o que consegui foi uma rodada no primeiro dia e um bom cochilo no confortável sofá da sede no segundo dia: só! Mas esse fim de semana, depois de várias tentativas consegui: JOGUEI DOIS DIAS SEGUIDOS! Sem carts, sem frescura e com muito cansaço: 36 buracos em dois dias! Yeay! E melhor - consegui jogar handicap hoje! :)


Poderia dizer que me sinto mais tranquila - mas não vou mentir. Estou morrendo!!!

Não sinto meus pés, tenho dores nos braços e MEU DEUS, o que aconteceu com a minha panturrilha???? É possível uma panturrilha queimar assim? Nem é dor do dia seguinte ainda!!!!

Amanhã será um dia dolorido - mas tenho certeza que isso vai passar e em breve poderei comemorar que joguei 54 buracos em 3 dias.... Ah, vida normal, seja bem vinda!!!




sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O começo do retorno!


Acordei determinada hoje: VOU TENTAR JOGAR 9 BURACOS!

Ontem mal conseguia manter minha ansiedade antes de dormir - passei pela iodoterapia há quase duas semanas e comecei a tomar hormônios há dez dias e venho sentindo mais disposição e indícios que talvez seja o começo de uma vida "mais" normal de novo...


Não foram mil maravilhas após a iodo - apesar da internação ter sido muito tranquila e relaxante, o corpo não reagiu bem à algum fator desconhecido. Então durante mais de uma semana, tive ânsias, estômago complicadíssimo, dores sem sentido, ausência completa de paladar, mas que no fundo eu sabia que pacientemente deveria esperar. Hoje sinto que elas estão passando e o num futuro próximo estarei 100% isenta desses (d)efeitos!


O retorno do golfe pra mim é um fator que vai além da prática esportiva - o golfe é parte da minha filosofia de vida! Comecei a jogar golfe desde criança, minha mãe foi (e é) uma grande jogadora na minha concepção e meu pai sempre esteve nos campos. Por sorte, tive a chance de ter pais jogadores e um clube que cresceu com um grupo de crianças que gostavam do esporte. Quando adolescente, saia da escola, pegava dois ônibus da minha casa até o clube, andava mais de quilômetro com meu irmão para bater bolinhas e ter aulas. E fazia todo o trajeto de volta, feliz! Durante anos isso foi normal para nós - íamos para torneios porque algum pai bancava transporte e tinha muito boa vontade: chegávamos de Combi (famoso expresso azulão), de carro emprestado, com uniformes que alguém havia pago, com aulas que o clube absorvia. Tínhamos torneios infantis porque os dirigentes do clube e pais da crianças cediam o espaço, compravam juntos os troféus, incentivavam muito. E isso sempre fez com que valorizássemos a experiência de uma forma distinta. Não estávamos no golfe de graça ou porque tínhamos condições financeiras pra isso - era oportunidade única e lutávamos por isso.

Tanto que tivemos que nos afastar após algum tempo. Com a realidade que as finanças não eram suficiente para manter o esporte, a necessidade da dedicação nos estudos para a faculdade, me afastei do esporte que mais amava e fui correr atrás do que era necessário naquele momento. Sabia que um dia voltaria...

Porém, por ser golfista (não acredito em ex-golfistas!!), consegui o contato para meu primeiro emprego no Brasil, conheci o meu marido, aprendi lições que talvez demorasse anos para ter e hoje tenho um convívio social privilegiado com amigos e minha família, que também voltou ao golfe depois de anos fora do esporte! E além disso, tenho a feliz oportunidade de trabalhar nesse meio para passar essa mensagem do esporte para outras pessoas.


Depois de alguns meses em tratamento, acho que agora é o momento de tentar enfrentar o campo novamente. Acho que vai ser o melhor incentivo do mundo e minha maior terapia. Não consigo ver minha pessoa sem ver o golfe e com certeza isso vai me incentivar a buscar a melhor condição física e mental. Vai me dar força, como sempre deu.


Não há mal que perdure, nem Bem que pra sempre dure. Que venham os campos, mesmo que somente 9 buracos, novamente! ;) ;)

sábado, 3 de janeiro de 2015

Semana 52 e... 2015!

Processo de recuperação! Estamos chegando ao final... e rápido. E com muita paciência!


Mês de Dezembro não foi fácil - realizei a PCI, que é uma inspeção de corpo inteiro para identificar quaisquer resíduos de células de tireoide pelo corpo. Quinze dias antes do exame temos que tirar o iodo da nossa dieta alimentar para poder ter todo o material radioativo absorvido e ter um exame mais eficaz! Pensei: fácil - controle alimentar é comigo mesmo! E realmente foi tranquilo... Me alimentei com muitas frutas, muita pipoca, gelatina, leite em pó e retirei qualquer produto integral, queijo, chocolate, ovos, soja, ou sal! Industrializados então, NEM PENSAR! Apesar de tudo, consegui passar pela dieta, com poucos momentos de fraqueza corporal e ainda sem me sentir muito afetada pela falta de hormônios. Estava relativamente bem e forte. Mais ainda estava sem esportes e NADA de golfe...
Com o passar da PCI, comecei a me alimentar de forma mais normal e tentei voltar às atividades físicas. Fiz algumas aulas aeróbicas, comecei as caminhadas recentemente (em passos lentos mas aumentando o tempo de exercício) e estou no meu terceiro dia de práticas de swing no driving range. Até aí, parece tudo muito bem. Não?!

Não!

Desde da última vez que estive no endócrino, meu hipotireoidismo piorou muito. Não tenho forças ou energia para trabalho, concentração é mínima, inchei muito. Meu sistema digestivo parece não funcionar, há dores para mastigar, tenho dificuldade para digitar um longo e-mail e esqueço de TUDO que tenho que fazer mas não escrevo - até tenho falado devagar! Para quem mandava mensagens enquanto falava ao telefone e levava os cachorros para passear antes de sair para uma rodada de 18 buracos de golfe às 7.30 da manhã, isso exige MUITA paciência! Para levantar antes das 10 da manhã nessa ultima semana, tenho que praticamente ser obrigada a fazer algo - há dias que não levanto (como ontem...).

Então me sinto em um HA - Hipotireoidicos Anônimos: um dia de cada vez! Faço algumas metas diárias e tento seguir, como: focar nas atividades profissionais, manter a empresa funcionando, fazer algum tipo de atividade física e sempre manter o humor! Se eu conseguir fazer isso todos os dias, essa passagem será fácil... Hoje, realisticamente, faço 50% disso. Minha iodoterapia está marcada para o dia 19/01 e devo começar a tomar hormônios no dia 21/01 - e aguardo ansiosamente essa data!!!! :)

Ainda analiso todo o momento como positivo, porque nessa passagem sem hormônios, há dois tipos de temperamentos mais prováveis: o calmo/bem humorado e o depressivo/ansioso. Me mantive durante 98% do tempo no calmo/bem humorado, então tem sido okay, apesar de todo desânimo, todos os reflexos diminuídos, todos os quilos engordados e a falta de sociabilidade - mantendo a mente no lugar certo! Um dia de cada vez... Para quem achava que isso de hipotireoidismo era um pouco de manha - talvez um pouco exagerado por aqueles que sofriam de tal - estou pagando minha língua! Hoje tenho certeza que é sério - e para todos aqueles que retiraram a tireoide ou tem a hipo DEVEM SIM manter o uso dos hormônios sintéticos e ter um controle forte dos exames para assegurar dosagem correta. Isso é qualidade de vida!

Amanhã é domingo - começo novamente da dieta sem iodo por mais 15 dias e vamos tentar bater mais 50 bolinhas no driving range! H.A. na atividade e mais um passinho para o final do tratamento....


Vamos que vamos! 2015 vai ser melhor....